Só No Truque ...

Caros leitores de orelha de livro, profundos conhecedores de duas ou três citações de Nietzsche, amantes da culinária tailandesa feita por Tia Dulce, vítimas da moda de Herchcovitch comprada em ponta, ouvintes hypes de Mr.Catra pirata, frequentadores do Coqueirão de Ramos, cultuadores do cinema gratuito... Neste espaço, quase um lounge virtual, se fala de muito um tudo. Mas amadores não entram. Gente que se leva a sério tem úlcera e mau-hálito. Força no laquê e muito truque!

26.6.06

Sexta Cabalística

Demorei pra chegar na pista.
Três doses de Red Label despois e lá estava eu, me balançando ao som de Red Hot Chilli Pepers.

Seria isso?

Pouco importa agora.
Meus parceiros de dança esquisita não comparaceram. Uma de ressaca, a outra com preguiça, outra com frio. Tinha gente nova lá, e acabei com amigos de amigos, que se transformaram em melhores pessoas da noite.


Não, a melhor pessoa da noite se materializou na minha frente quando depois de ouvir um agudo qualquer do vocalista apimentado, abri os olhos, olhei pra frente e lá estava ele.


Luzes, ambiente enfumaçado, comentei com quem estava ao lado que havia gostado do mocinho.


Ele olhou. Eu sustentei.
Uma requebrada. Um jogo de cintura.
Ele se aproximou. Sorri.
Me disse palavras confusas.
Com bafo quente, uma mistura de halls de limão e cerveja, tentava pronunciar algo que soasse inteligente.


Me puxou os cabelos. Me pegou pela cintura.
Me beijou com delicadeza.
Demoradamente...
A língua, macia, timidamente exploradora
passeava pela minha boca, lábios, pescoço.
Me encostou na parede.
Dançamos colados, respirando ofegantes.
Iggy Pop e Kate Pierson cantavam aquela música que todos gostam e dançam de bracinhos levantados...

Nós não.


Ele tinha ótima estrutura.
Forte, firme
Cheiro, pele macia, pêlos.
Levantava a cabeça para deixar queixo e pescoço à mostra.
Vulnerável, a cada beijo, fechava os olhos.
Se contorcia, me afastava, olhava dentro de mim e
recomeçava.

Ficamos assim durante longos minutos que pareciam dias
Perguntei seu nome. Ele quis saber o meu.
Perguntou se podia morder meu pescoço.

Deve...
Me ofereceu o dele como banquete.
Puxei seus cabelos.
Pediu mais.

Sentou no meu colo.
Me beijou com tesão.
As unhas arranharam minhas costas no vestido nú.

Entramos no táxi. O deixei perto de casa e mais nada sei.

Conheço seu nome, seu cheiro, seu gosto, seu toque.
E pra mim basta.
Desde que possa entrar nesse turbilhão novamente...

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

CA
RA
LHO....
Putaquepariu...
Maravilhoso...
Nossa...
Hum, então tá, né!!!

Bom, a de ressaca era eu? hahaha
Beijos!

1:10 AM  
Anonymous Anônimo said...

Texto fantástico! Ai que to precisando sair mais com vocês!

Ju

8:30 PM  

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